Defesa da indústria

A Ambev, pertencente ao maior grupo cervejeiro do mundo, reconhece não existir “solução mágica” para combater as perdas provocadas pelo alcoolismo. Diretores da empresa assumem não ser tarefa fácil separar o que chamam de “consumo seguro” do uso exagerado do álcool, que afunda o país em prejuízos diretos e indiretos. Os executivos sustentam haver disposição por parte da indústria para combater os fatos apresentados pelo Correio desde o último domingo, mas não deixam de ponderar a importância de “respeitar a cultura local”.

Segundo o diretor de comunicação da Ambev, Alexandre Loures, a companhia trabalha com números que indicam que apenas 3% dos brasileiros têm problemas graves com o álcool: “A gente está do lado da solução do problema. Sabemos do uso indevido por uma minoria. Não interessa nenhum lucro proveniente do uso indevido dos nossos produtos”, sustenta.

Representantes da Ambev participaram, em 2003, de reunião promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para debater o uso indevido do álcool. “Sabemos que nosso produto não é alface, mas também não é cigarro. Há um uso da bebida alcoólica compatível com a vida saudável”, defende Loures, alfinetando a indústria do tabagismo, bastante prejudicada pelas campanhas de conscientização — encabeçadas pelo Poder Público — nos últimos anos.

A Ambev, informa o gerente de responsabilidade social, José Roberto Brandi, investe milhões de reais em programas voltados para o incentivo ao consumo responsável da bebida. Em quatro anos, ainda de acordo com a empresa, cerca de 270 mil pessoas foram treinadas em bares e supermercados do país para orientar os consumidores quanto aos perigos do excesso da bebida. “Percebemos que também era preciso chegar às famílias”, conta Brandi, ao detalhar um projeto lançado no fim de 2013 com a participação do cartunista Maurício de Sousa — 108 mil cartilhas foram distribuídas.

Fonte: CORREIO BRAZILIENSE (24/01/2015) - DIEGO AMORIM

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